terça-feira, 25 de outubro de 2011

NOVA IDADE

Em surdina me distancio de amores,
outras saudades,
levo a vida buscando outros sabores,
felicidades...
Amanheço em desafio buscando ninhos,
algumas verdades,
me firo com certos espinhos,
pura maldade...
Já me tranquiliza outra canções,
muitas saudades,
sorrio buscando novos sonhos,
nessa idade...
Deveria plantar toda realidade,
acontecem desatinos,
e fico a espiar minha vida,
desfilando para mim,
maturidade...

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Tela de areia

Agora tudo era silêncio,
não havia sonhos,
nem promessas
que pudessem me convencer,
havia olhares tristonhos,
pro horizonte,
pro nada...

Agora tinha perdido o amor
ao entardecer,
sem agradecer à vida,
os risos de uma história
inteira, que só continha
você...

De repente tudo ficou mudo,
estático,
eu acordei e encontrei sonhos
de plástico...
e a sua imagem nítida
em uma tela de areia,
a mercê de um vento,
que um dia te trouxe
e hoje vagueia...

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Vazio

Pobre espaço, que me deixou em suspense,
quando procurei música, vida, o achei abandonado,
quase sem saída,
confesso me doeu como se eu tivesse machucado
a carne e o espírito de quem tenho em boa conta...
E sei, sou eu a responsável por ter abandonado
esse espaço que fiz refúgio, que me escondia
do mundo, e ao fazer isso, ele também ficava
sozinho...
E hoje venho aqui, querendo que me recebesse
com festa?
Como? se o que se alimenta de sentimentos
sucumbe à ausência...
Perdoe por estar tudo tão vazio!

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Só, não me basto

É que só eu não me basto, até esborro,
distribuo risos, me divido melhor, mas,
falta o sorriso do outro, o olhar do outro,
o mau humor do outro, os comentários do outro...
falta um espelho, falta um desafio, a conquista,
faltam as flores, falta o chocolate, o abraço de
chegada...
a briguinha do dia a dia...
Por isso, só , eu não me basto, eu ultrapasso,
eu retrocesso, eu num balé em plena chuva,
eu sem ouvir música, eu sem enxergar o mar...
Não me basto só, eu poesia sem verso,
eu e os dias perversos, eu e os avessos das coisas,
eu e a saudade daquele beijo, eu e as lembranças e os
desejos...
Não me basto só, não quero me bastar só,
mas, quando em par: Eu festa todo dia, eu até com
dor dente sinto alegria...
não que seja o depender exato do outro, porém,
tenho plena convicção que de tanto me esborrar
todos os dias, preciso equalizar, minimizar esse todo
que em um só, é dose demais, é veneno, é quase
agonia...

sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Engano

Chegou com corpo de carpinteiro, quem dera tivesse o coração,
aproximou-se do meu mundo deixando as estradas na contramão...
Procurei ler em seus olhos alguma coisa perdida, algum sonho,
pressentiu, sorriu para mim, me deu um aviso tristonho...

Não precisou de voz, mas, feriu os meus ouvidos,
que aquilo, agora era sabido, se tratar de um corpo em evolução...
quis me impressionar o meu observador de cais...
não conseguiu seduzir-me, mentiu até o fim, até a verdade dele
ficar sem gás...

Triste, olhei o horizonte, procurei em alguma linha,
a razão de ainda estar presa a ele, porém, nada me vinha...
Certa vez trouxe-me um gesto, acho comprado em alguma esquina,
foi um beijo magro, com mais ensaio que emoção, o qual devolvi, ou melhor,
ficou onde estava: entre o lábio dele e a minha língua que se esquivara...

Isso doeu nele, senti todo seu corpo gelar,
era agora o meu boneco de neve, o meu brinquedo da hora,
que teve receio de se desintregar...
susurrei em seu ouvido que gostaria mesmo, é que ele
não tivesse medo de se entregar...

Saiu de perto de mim com o propósito de se recuperar
soube dele, por algumas línguas, que enlouquecera, quando
em sua cabeça errante, nosso romance quis terminar...

Hoje, exatamente hoje, cavalgo cavalos alados em estradas de
poeira, morro de saudades daquelas brincadeiras,
imagino que estou andando em águas azuis,
dentro de mares azuis, procuro aqueles olhos azuis...
e a chuva me responde e me molha inteirinha com seus
pingos gelados e azuis...

Adeus carpinteiro,
adeus marinheiro,
adeus aquela neve,
adeus aquele mar,
quero voltar urgentemente...
ar, a respirar.

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Canção despedaçada

Eu sou encantada,
a tua outra parte que deixaste
no ar...
Se ainda te respiro,
não sei, mas,sei que diante
da tua voz, tremo e
sigo teu olhar sem nada
encontrar...
Sou a tua parte borrada
que necessita ser reescrita
na pedra, no cais,
Urgentemente

Queria está perto de ti,
manter nosso mundo
encantado, mas, a vida
se mostra sob várias faces e
a que eu separei para ti,
se perdeu ...
ao se defender
de tuas inconstâncias...

De todos os sonhos
só restou o mar, um jardim vazio,
um medo de amar...
A saudade que me deixa com frio
e o desejo mórbido de um dia
te reencontrar...

Musa ou poetisa?

Impressionada com o tamanho da tua alma,
com sentimentos esborrados, mas, que nunca saciam
nossa vontade de teu mundo...
escrevendo sobre a morte, ou sobre a vida, sobre igrejas...
tudo tem cheiro de mar, de flores
é como imaginar num vazio, um cantinho cheio de amores
Que bom! que tão bem expressas a vida,
mesmo quando a saudade diz: Ai! ,
quando percebo em ti algumas dores...
mesmo assim, inundas meu mundo
com tuas cores...