quarta-feira, 12 de maio de 2010

Sem luz

Acendo meu quarto, para apagar a lembrança de ti
você que não me deixa te ver por inteira,
que me olha espantada com o tempo de minha alma
em teu corpo...
preciso respirar, não me espantar com tuas declarações intensas
e razas,
então deixo o vento entrar, soprar meus cabelos mais uma vez,
preciso de minha liberdade, de sonho, de gestos, de coragem,
mas, preciso também de teu cheiro, de tua companhia, de tua chegada
sem aviso, de organizar meus escritos, de ter as rédeas...
você me faz estrangeiro no meu próprio mundo,
faz tempo, não experimentara isso,
preciso comandar, ditar, amar sob meu domínio
por isso, acendo meu quarto, para dá a ele a cor
do meu temperamento, dos meus desejos palpáveis,
pois, essa escuridão que você me oferece,
ofusca a minha poesia, atrapalha meu modo de amar...
queria você simples como um gole numa cerveja gelada,
como um papo descontraído numa esquina qualquer, mas, ao invés disso,
não sei a bebida que bebo em ti,
que palavras te direi para não parecer piegas, não sei...
mesmo quando tua boca anuncia numa entrega , que és minha,
mesmo assim , o acontecimento fica em minhas mãos,
precisa de tua continuidade, precisa de teu apelo,
e é isso, acendo meu quarto, apago meus instintos, esqueço você,
para em seguida, querer de novo,
a cor escura que me oferece a tua alma,
esperando que meu amor ilumine teu ser.

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